domingo, 4 de julho de 2010

O professor e as novas tecnologias: em especial o uso do computador

Hoje, nós vivemos num mundo dominado pela informação e por processos
que ocorrem de maneira muito rápida e imperceptível. Segundo Vitale (1991), muitas vezes a relação do homem com o computador é difícil. Esta dificuldade nasce, em particular, da especificidade do computador, isto é, do fato de que não é propriamente uma máquina , no sentido familiar. Para usar um telefone, um aparelho de televisão, basta ligar e desligar, sem maiores indagações sobre o seu funcionamento. Com o computador, porém, é diferente, é preciso dar comandos e saber interpretá-los.

As tecnologias fazem parte do nosso cotidiano, elas também chegam nas
escolas, mas apesar disto não são feitos tantos questionamentos quanto os que são feitos com relação às tecnologias mais antigas. O humano não se questiona muito sobre ela, apenas se posiciona dizendo que é bom ou ruim, não fazendo análise sobre tal tecnologia, para colocá-la no cotidiano como um objeto naturalizado.

Pelas análises dos dados desta pesquisa existe uma relação com tecnologias
anteriores pela resistência da informática: 48% dos sujeitos demonstram resistência ao uso do computador; 30% não tem conhecimento, 18% tiveram na sua história um relacionamento dificultado. Os sujeitos que demonstram resistência quanto ao uso do caixa eletrônico do banco não usam o computador ou fazem uso com muita dominarem estas tecnologias. Sentem-se também de certo modo incomodados quando são abordados por assuntos que ainda lhes são artificiais como no caso do caixa eletrônico e do computador. Quanto ao uso do televisor e do videocassete todos relataram com a maior naturalidade. Percebe-se assim que são tecnologias que estão em contato a mais tempo, sendo que o caixa eletrônico de banco e computador são mais recentes e exigem maiores conhecimentos.

Dos sujeitos entrevistados, todos pretendem utilizar a informática na sua
prática docente, mas justificam que necessitam ser orientados para tanto, alegando não terem conhecimento de como se sucederá o uso de informática como ferramenta pedagógica, achando que para fazer uso do laboratório, os alunos deverão ter primeiramente as noções básicas dos aplicativos de informáticas, isto é, saber o básico de informática e o professor ter um software de sua disciplina....

Segundo Oliveira (1999), a capacitação do corpo docente deve ser prioridade, quando da introdução dos computadores na informática educativa , uma vez que a escola quando comprometida com um determinado ideal de indivíduo, de educação e sociedade, toda a ação precisa estar direcionada para este fim comum, construído participativamente pela comunidade educativa (pais, alunos, professores, direção).
Computadores e programas devem ser objetos que ajudam a construir indivíduos.

Se a prática de uma escola não inclui a formação do indivíduo do processo de conhecimento, não será a introdução de computadores que fará isto. A escola usará os computadores apenas como forma mais sofisticada de apresentar informações, o que está bastante longe de ser um processo de construção do conhecimento.