sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O que é web 1.0, web 2.0, web 3.0 e web semântica?

O que é web 1.0, web 2.0, web 3.0 e web semântica?

O termo Web 3.0 foi empregado pela primeira vez pelo jornalista John Markoff, num artigo do New York Times e logo incorporado e rejeitado com igual ardor pela comunidade virtual. A principal reação vem da blogosfera. Nos diários virtuais de especialistas detratores, a crítica mais comum é a de que Web 3.0 nada mais é do que a tentativa de incutir nos internautas um termo de fácil assimilação para definir algo que ainda nem existe. Aliás, críticas idênticas já se fazem à Web 2.0.

A Web 3.0 propõe-se a ser, num período de cinco a dez anos, a terceira geração da Internet. A primeira, Web 1.0, foi a implantação e popularização da rede em si; a Web 2.0 é a que o mundo vive hoje, centrada nos mecanismos de busca como Google e nos sites de colaboração do internauta, como Wikipedia, YouTube e os sites de relacionamento social, como o Facebook. A Web 3.0 pretende ser a organização e o uso de maneira mais inteligente de todo o conhecimento já disponível na Internet.

Esta inovação está focada mais nas estruturas dos sites e menos no usuário. Pesquisa-se a convergência de várias tecnologias que já existem e que serão usadas ao mesmo tempo, num grande salto de sinergia. Banda larga, acesso móvel à internet, e a tecnologia de rede semântica, todos utilizados juntos, de maneira inteligente e atingindo a maturidade ao mesmo tempo.

Assim, se passaria da World Wide Web (rede mundial) para World Wide Database (base de dados mundial), de um mar de documentos para um mar de dados. Quando isso começar a acontecer de forma mais intensa, o próximo passo, num prazo de cinco a dez anos, será o desenvolvimento de programas que entendam como fazer melhor uso desses dados.

Adicionada a capacidade da semântica a um site, ele será mais eficiente. Ao se pesquisar algo, se terá respostas mais precisas. O usuário poderá fazer perguntas ao seu programa e ele será capaz de ajudá-lo de forma mais eficente, entender mais sua necessidade. O conceito de ”rede semântica”, proposto pelo inglês Tim Berners-Lee, tem entre seus gurus Daniel Gruhl, um Ph.D. em engenharia eletrônica do MIT, é especializado em "compreensão das máquinas", e o misterioso Nova Spivack, que não revela muito sobre si, nem o nome verdadeiro, e se autodefine como empresário da alta tecnologia.

Um mecanismo de busca como o Google permite que o usuário pesquise o conteúdo de cada página,: se indicar o nome de um ator ou de um filme, todos os dados sobre este ator ou este filme aparecerão na tela. Poderá ainda utilizar a "busca avançada" para restringir um pouco mais os resultados. Mas se este usuário não se lembrar do nome do ator ou do filme, dificilmente encontrará meios de localizá-los. A Web 3.0 organizará e agrupará essas páginas, por temas, assuntos e interesses previamente expressos pelo internauta.. Por exemplo: todos os filmes policiais, que tenham cenas de perseguição de carros, produzidos nos últimos cinco anos etc.

Algumas empresas do Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos, desenvolvem trabalhos nesse sentido, destacando-se o Almaden IBM Research Center, a Metaweb e a Radar Networks (de Nova Spivack). No Brasil, na PUC-Rio estão desenvolvendo trabalhos pioneiros para a Web 3.0 com ênfase na língua portuguesa. Paralelamente, estão em curso inúmeros projetos académicos. E circula na comunidade da informática que em futuro próximo surgirão novidades nesse campo na Yahoo e no Skype.

A Web Semântica é nada mais nada menos, que uma web com toda sua informação organizada de forma que não somente seres humanos possam entendê-la, mas principalmente máquinas. Disse principalmente máquinas, porque elas nos ajudarão, de fato, em tarefas que hoje, invariávelmente temos que fazer manualmente.

Imagine a situação abaixo e entenda melhor: Você precisa fazer uma viagem as pressas para a Tailândia, então você pede ao computador encontrar uma companhia aérea que siga as seguintes restrições: que tenha um voo para a manhã seguinte na classe econômica e seja a companhia com o preço mais barato. O computador, em poucos momentos lhe fornece o resultado da busca com a companhia que melhor se encaixa nas medidas impostas. Depois disso, você apenas tem o trabalho de reservar seu lugar.

A Web Semântica é uma evolução da nossa web atual.Com as informações devidamente organizadas, fica fácil de criar sistemas e robôs de busca mais inteligentes e ágeis.

A nossa web de hoje, é uma web que apenas humanos entendem as informações disponíveis. Com a Web Semântica, as máquinas compreenderão essas informações e assim, poderão nos auxiliar em tarefas corriqueiras, que antes eram feitas manualmente.

Atualmente é extremamente complexo fazer um sistema que leia e entenda de maneira sensata qualquer informação que a web provê.

A Web Semântica incorpora significado às informações da web. Isso proporciona um ambiente onde máquinas e usuários trabalhem em conjunto. Tendo cada tipo de informação devidamente identificada, fica fácil para os sistemas encontrarem informações mais precisas sobre um determinado assunto.

Então, o ambiente de que estamos falando, terá informações devidamente identificáveis, que sistemas personalisados possam manipular, compartilhar e reusar de forma prática, as informações providas pela Web.
Tente imaginar como o Google seria mais preciso em suas buscas se toda a informação da web estivesse organizada de uma maneira sensata.
Ou o que os calendários como do Yahoo! poderiam fazer se você agendasse uma viagem: 2 dias antes – ou no momento que desejar – ele te avisaria que as passagens da companhia aérea que você usa freqüentemente já foram compradas e sua reserva já foi efetuada no hotel que você costuma ficar quando visita aquele determinado local.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A sala de aula se expandiu. E agora?

A sala de aula se expandiu. E agora?

A seguir, temos um texto retirado do site http://www.educacao.rj.gov.br/ sobre a importância das redes sociais e como elas podem úteis na aprendizagem de nossos alunos.

Desde Alexandria, o sonho da biblioteca universal faz parte da imaginação ocidental. A ambição de uma biblioteca que reunisse todos os textos e todos os livros levou a uma intensa frustração. Com o texto eletrônico, a biblioteca universal se torna imaginável. E com ela todas as transformações do ensino. Frente ao sucesso do MSN e do Orkut, entre jovens e adultos, como os professores devem se posicionar? Como será a sala de aula do futuro? Se um cidadão do século passado nos fizesse uma visita, ele diria que a sala de aula mudou?Para o consultor de planejamento estratégico de informação e professor, Carlos Nepomuceno, a resposta seria não. “Tivemos o Paulo Freire e o Anísio Teixeira que tentaram criar uma escola diferenciada. Mas basicamente, a escola é a mesma desde 1700. Os professores veem as novas tendências e dizem que a escola sempre foi isso e não é agora que vai mudar”.

Para contrapor a opinião do consultor, um exemplo prático: você! Bastou digitar www.conexaoprofessor.rj.gov.br para entrar no mundo virtual em que a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro vem investindo para levar informação e ajudar na mudança de comportamento de alunos e professores. Mas sabemos que ainda não são todos que resolveram aderir aos tempos virtuais. Por isso, professor, compartilhe essa experiência com outros colegas e faça um convite para eles deixarem os conceitos pré-estabelecidos de lado... Para tornar a tecnologia uma ferramenta rotineira nas escolas, a Secretaria de Educação está distribuindo notebooks aos professores e investindo em Laboratórios de Informática. Ah, e fique de olho nos cursos de capacitação que a Secretaria oferece. A ideia não é complicar, e sim facilitar o seu dia a dia em sala de aula. Mesmo com todas essas iniciativas, especialistas dizem que o meio educativo ainda resiste à tecnologia. E todos querem descobrir o porquê. Para quem usar o argumento de que as redes sociais servem somente para distração, mostraremos uma pesquisa encomendada pela IBM em março. O resultado é que as redes ganharam o ambiente corporativo. De acordo com a pesquisa, 36% dos profissionais pretendem diminuir os custos de TI com o uso de ferramentas colaborativas. Então, por que não procuramos os benefícios que podem ser levados às escolas? Você, professor, sabe, melhor do que ninguém, que o papel do educador se transformou com as modernidades que a galerinha leva para a sala de aula. Mas isso não é novidade na história da sociedade. Conceitos de tempo e espaço sempre foram agentes de transformação. De acordo como consultor Carlos Nepomuceno, antigamente, o professor era o detentor do conhecimento. Ele estabelecia com o aluno uma relação de poder. Hoje, o aluno tem a ajuda do Google. Em três segundos, ele encontra um detalhe que o professor não falou. “Na rede digital, o papel dos intermediários se modifica completamente. O professor, o jornalista, o bibliotecário... até o corretor da bolsa. Os usuários têm acesso direto às fontes de informação”, ressalta Nepomuceno. O consultor acredita que o ambiente da rede digital irá transformar a escola. “Acho que estamos começando a construir uma nova escola. E não é porque achamos bacana. E sim porque estudamos a história. Percebemos que a mudança de ambiente informacional necessita de outro tipo de formação das pessoas”. E sugere. “Os professores têm que começar a criar mecanismos de construção conjunta. Eles e os alunos vão criar um conteúdo juntos e interpretá-lo. Os alunos têm que sair da escola com os conceitos fundamentais apreendidos para entender onde as informações se encaixam”. Com as ferramentas adequadas, o aluno pode ser estimulado pela possibilidade de criar e trocar conhecimentos. Ele pode se tornar um agente participativo no processo de aprendizagem. Algumas opções de ferramenta para isso são os wikis e os blogs.De maneira simplificada, o Wiki é uma coleção de muitas páginas interligadas. E cada uma delas pode ser visitada e editada por qualquer pessoa. Esse conceito e mecanismo é a base da enciclopédia Wikipedia. Que tal sugerir em sala de aula a criação de um wiki sobre história do Brasil? Ou um livro de Machado de Assis? No final do ano, os alunos teriam a sua própria enciclopédia de estudos. É claro que o primeiro movimento deve partir dos professores. Ensinar esse conceito de conteúdo colaborativo e depois usar e abusar de suas funcionalidades. Novidades surgem todos os dias, ao ponto delas deixarem de ser novidade com uma velocidade assustadora. Há possibilidade de prever tendências para o futuro? Carlos Nepomuceno responde. “Antigamente, tínhamos o cavalo, as cartas iam para a Europa de navio. Agora, o caos da informação é tamanho que no futuro dependeremos cada vez mais dos robôs. Nos relacionaremos com os agentes inteligentes. E eles irão filtrar as informações que precisamos.”Pensar em ter uma relação de proximidade com o robô assusta? Então pare e pense no seu dia a dia. É a dica do professor. “Já fazemos isso. Temos anti-spam, por exemplo. Entramos num site e listamos as categorias de notícias que gostaríamos de saber. Ou seja, todo novo ambiente informacional cresce dentro de outro ambiente. O rastro do futuro já pode ser visto hoje”. As paredes das salas de aula começam a ruir, mas ainda restam barreiras que os professores devem vencer. “ Eles devem aprender e usar a web em seu favor”, resume Nepomuceno

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Como usar o computador na escola

Como usar o computador na escola
Quando se conversa a respeito de como usar o computador na escola, costumam sugir estas perguntas:
1) Quem deve usar a sala de informática: todos os professores ou um professor de informática?
2) É importante ensinar informática? Por quê?
3) A informática é importante para jovens e crianças?
4) Como você vê os programas feitos para ensinar?
5) De que outra maneira se poderia usar o computador?
6) O que é melhor, software geral ou específico?
7) Linguagem de programação é o mesmo que software geral?

O texto foi escrito na forma de diálogo, com perguntas e respostas,para que você possa refletir. Bom proveito!

Quem usa: todos os professores ou um terceiro?
Quando uma escola resolve usar computadores, deve ser decidido se os professores das disciplinas tradicionais usarão o computador em suas aulas ou se alguém será designado especialmente para cuidar das "aulas de informática". Para que o professor use a sala de informática em sua disciplina, ele precisa estar preparado. Precisa saber usar o computador para si próprio em primeiro lugar. Além disso, precisa analisar se aquele instrumental poderia ser usado em sua disciplina de modo a melhorar o aprendizado e o desenvolvimento de seus alunos. O que foi dito aqui em duas simples frases exige um esforço que às vezes dura anos e em alguns casos parece impossível. Se a direção da escola escolher uma pessoa especialmente para dar as "aulas de informática", tudo parece se resolver mais facilmente. Pode ser contratado um profissional que já tenha o preparo adequado ou pode-se escolher entre os professores da casa um que se adapte melhor ao computador e que faça novos cursos e estudos de maneira a estar preparado. Existe ainda a possibilidade de ser contratada uma empresa especializada em informática escolar, que fará um plano e designará um funcionário para trabalhar na escola. Essas soluções trazem melhores resultados a curto prazo do que a idéia de preparar todos os professores. Por ser mais fácil, tem sido a solução mais adotada pelas escolas. O fato de a escola pagar a terceiros para ajudarem de alguma forma não é um impeditivo ao desenvolvimento do professor. Tudo depende muito do objetivo da escola e da consciência que professores, direção e terceiros têm desses objetivos. Para uma escola funcionar bem, ela precisa estar apoiada e centrada em seus professores. O professor precisa ser a pessoa mais importante da escola. Diretores, coordenadores e especialistas precisam estar sempre a serviço do professor. A escola deve mesmo trabalhar em função do aluno, que é acompanhado diretamente pelo professor. Todos trabalham visando o desenvolvimento do aluno, alguns têm contato direto com ele, mas é o professor quem está com ele mais de 90% do tempo e, por isso, tudo o que acontece com o aluno passa pelo professor. Assim, todas as iniciativas da escola visando a melhoria do aluno devem estar relacionadas diretamente ao professor. O uso de uma nova ferramenta, ou um novo uso de qualquer ferramenta já conhecida, deve ser feito pelo professor. Em muitos casos é difícil. A pessoa trabalha em três períodos, está esgotada ou descrente em novidades. É fraca, retrógrada, avessa à tecnologia. Não consegue aprender a mexer nem em DVD. Quanto pior o caso, maiores as razões para se começar pelo professor. Os resultados podem demorar, mas se o professor não melhorar pode-se fechar a escola. A escola é o professor, de sala, não o coordenador, o orientador ou outra função qualquer de apoio. Para aprender a usar o computador pode-se recorrer a amigos ou entrar em uma das boas escolas de informática. Só aprende de fato quem passa a usá-lo na realização de tarefas pessoalmente interessantes. Muitas vezes o professor gosta de usar o computador para escrever provas, preparar material para os alunos, avisos gerais e outras coisas afins.

É importante ensinar informática? Por quê?
Para responder a essa questão, devemos nos perguntar o que ainda será importante daqui a dez ou quinze anos. A sociedade está mudando. Muitos treinamentos que hoje parecem fundamentais podem não ter a menor utilidade daqui a alguns anos. Quando se tenta adivinhar o futuro, são feitas previsões desastrosas. Quando eu era jovem, todos diziam que em breve a humanidade estaria viajando pelo espaço. Atualmente é mais fácil perceber que não acontecerá tão cedo viagens interestelares comerciais. Algumas previsões podem ser feitas com segurança. Basta que olhemos o passado e a velocidade com que certas coisas vêm mudando. Qual o conhecimento que a humanidade transmite há mais de trezentos anos ou há mais de mil anos e que não vem sofrendo grandes modificações? A língua portuguesa, por exemplo, está passando por mudanças. Alguns aspectos da comunicação escrita e falada mudarão nos próximos anos, qualquer que seja nosso destino. A matemática, por sua vez, mudou menos ainda. Há conteúdos que existem há mais de 2 mil anos. Aprender a lidar com quantidades e a relacionar entes geométricos, assim como a maior parte do conteúdo matemático, provavelmente não irá mudar tão cedo. Por esses motivos, até o 5º ano é dada uma grande ênfase ao ensino dessas duas habilidades - matemática e português. Há outras coisas, como trabalhar em grupo, aprender a estudar, viver em sociedade, que também serão importantes daqui a quinze anos. E os conhecimentos a respeito de computadores, quanto tempo poderão durar? Quem nos garante que daqui a três anos ainda existirão CDs? Eu mesmo não deveria estar escrevendo esta palavra, porque se este texto for útil por um pouco mais de tempo, ele correrá o risco de ficar desatualizado. Os mais jovens talvez entendam o que é CD. Como aprender a usar programas de computador poderia mudar o futuro de uma criança? A sociedade já coloca um fardo pesado demais sobre as costas do indivíduo que deseja fazer parte dela. A felicidade e o equilíbrio emocional do ser humano têm ficado comprometidos porque ele precisa estudar. Precisa ir à escola e fazer todas as tarefas. Precisa aprender inglês desde pequeno. Precisa passar no vestibular. Precisa ser melhor do que os outros. Precisa conhecer tudo o que de mais importante a humanidade descobriu nos últimos 5 mil anos. Seria justo, nessa rotina massacrante em que a criança e o jovem já vivem, tirarmos uma parte do tempo para ensinar-lhes a usar um computador que nem sabemos por quantos anos será parecido? Nos últimos anos, muitos especialistas de informática passaram de chefes a desempregados, porque as máquinas mudaram mais rápido do que eles foram capazes de se adaptar. Ensinando especificamente informática a crianças, estaríamos desperdiçando seu tempo. A experiência mostra que qualquer pessoa inteligente e bem-formada aprende a usar o computador com relativa facilidade. Aproveitando horas vagas, em um ou dois anos o sujeito passa de completo ignorante a usuário experiente. Precisamos formar um indivíduo com a inteligência desenvolvida, com cultura, flexível, criativo, compreensivo e bondoso. A informática pode até fazer parte da vida dele, mas não pode ser nosso objetivo.

A informática é importante para jovens e crianças?
Quanto mais conhecimento se adquire, mais necessário será o uso da máquina como o computador para nos auxiliar. Passamos a lidar com grandes quantidades de palavras e números, e se não dispusermos de uma máquina para nos auxiliar, seremos mais lentos. Ser mais lento não impede nosso desenvolvimento. Porém, tendo a máquina e sabendo usá-la, poderemos fazer tarefas maiores e mais complicadas. Nosso desenvolvimento poderá ser potencializado.

Como você vê os programas feitos para ensinar?
Os softwares educativos, como são chamados, tentam substituir a interação pessoa versus pessoa pela interação pessoa versus máquina. Ou porque o professor não consegue dar atendimento individual, ou porque não se consegue ter professor em quantidade suficiente, ou porque é mais barato prover a sociedade com máquinas do que com professores, por qualquer um desses motivos a máquina é chamada para interagir diretamente com o indivíduo. Embora se fale muito que a máquina não veio para substituir o homem, na sala de aula ela chega bem perto. O professor nesse momento aproveita para observar seus alunos e suas dificuldades, o que poderá servir de subsídio para a preparação da próxima aula. Às vezes ele está tão esgotado e aproveita esse momento para refazer seu fôlego. Esses programas servem para alguns momentos. Servem para treinar as pessoas em certas habilidades ou para deixá-las informadas de certos conteúdos, mas a escola não pode se contentar só com isso. Ser professor é muito mais que isso.

De que maneira se poderia usar o computador?
Poderíamos classificar os programas de computador em dois grandes grupos - específicos e gerais. Específicos seriam todos os softwares educacionais, aqueles criados com objetivos bem determinados e feitos especialmente para a escola. Gerais seriam aqueles que colocariam o comando das ações nas mãos de quem estivesse usando o computador. No primeiro, é o software quem faz as propostas enquanto o usuário conduz os trabalhos. A pessoa vai "aprendendo", sendo guiada. No outro, a máquina não demonstra vontades. Ela passa a ser um servo que faz o que lhe mandam. É a pessoa quem deverá elaborar e conduzir os trabalhos. Muitos dos softwares gerais não foram criados para a escola, mas para o mercado profissional como um todo. São programas gerais o Word e outros editores de texto, o Excel e outras planilhas de cálculo, o Cabri, o LOGO e outras linguagens de programação, o Power-point e outros apresentadores, o Netscape e outros browsers. São os chamados aplicativos e as linguagens de programação. Os aplicativos poderiam ser comparados ao papel e à escrita. Eles são um meio através do qual conseguimos registrar símbolos que apóiam nosso pensamento. Ao apoiar nosso pensamento nesses símbolos, conseguimos nos comunicar e também fazer registros que servirão para nos analisar e ampliar nossas idéias. O sujeito apoiado na escrita, na fala, na nomenclatura e na simbologia técnica ou musical consegue executar tarefas muito mais complexas do que sem o uso desses símbolos. O computador melhora a capacidade de registrar esses símbolos, possibilita o uso de novas simbologias (sons, vídeo, animações, imagens, relacionamentos etc.), executa operações padronizadas e preestabelecidas, com rapidez e precisão, e, por tudo isso, amplia mais ainda nossa capacidade intelectual.

O que é melhor, software geral ou específico?
Cada um tem suas características e deve ser usado para fins diferentes. Quando se deseja treinar o indivíduo em habilidades especiais ou ajudá-lo a memorizar conteúdos particulares, nada melhor do que um software específico. A questão é que existem centenas desses softwares no mercado, e precisa-se conhecer todos para saber usar cada um a seu tempo. Deve-se considerar ainda que o software específico só é útil por um determinado tempo. Depois que a criança já assimilou aquele conteúdo, esse tipo de software perde a função. O espectro de ação desses programas não costuma ser muito amplo. Um software geral pode ter utilidade desde a pré-escola até o terceiro grau. É o caso dos editores de texto. Prestam tanto a crianças em fase de alfabetização quanto a estudantes de advocacia. É o caso do LOGO, que pode ser usado para desenhar um polígono irregular fechado qualquer na pré-escola ou para elaborar um trabalho que consiste de uma rede de informações em forma de texto, vídeo e som, que se interligariam de forma dinâmica através de botões que apareceriam na tela e permitiriam ao usuário "navegar" sobre elas. O software geral pode, por um lado, ser desinteressante mas, por outro, pode ter maior influência no desenvolvimento do indivíduo que o software específico. Tudo dependerá da proposta que o professor der a seus alunos. Como no caso do software geral quem está no comando é o indivíduo, a motivação deverá ser externa. É mais difícil usar softwares gerais, pois eles pressupõem a participação decisiva do professor. No entanto, quando usados adequadamente, são melhores porque o indivíduo é quem comanda em vez de ser comandado. Ele deixa espaço para que se desenvolva a criatividade. Não há limites. Os alunos podem surpreender positivamente até o bom professor, dando vazão a suas reais potencialidades. Trabalhar com software geral não implica deixar de lado o específico, pois este é a base dos programas gerais.

Linguagem de programação é o mesmo que software geral?
Não. Ela apresenta um componente diferente e marcante em que as ações a serem executadas são declaradas por escrito. O pensamento é declarado e diversas etapas dele devem ser antecipadas. Fazer programação implica fazer auto-análise do modo de pensar. Ajuda a sistematizar o pensamento e a desenvolver o raciocínio lógico-matemático. Embora a linguagem de programação seja um software geral, não pode ser encarada como um aplicativo. Ela é diferente de todo o resto

Espero ter tirado algumas dúvidas quanto ao uso da informática na escola, mas precisamente no processo educacional.

Em breve estaremos tratanto sobre os principais teóricos em educação e suas contribuições para o desenvolvimento da informática educativa.



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